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sexta-feira, 24 de junho de 2011

A tempestade


Hoje, sou pedra que chora, vazia e fria.
Hoje sou pedra estática, que sente o vento passar por mim anunciando a tempestade.
Hoje, nem um sorriso do sol me bastaria para acalmar a madrugada fria que há dentro de mim.
Hoje, como estátua em pedra vejo a tempestade que se aproxima. Como todas as tempestades, ela traz destruição, mas ao mesmo tempo, molha os campos, alimenta o ser, traz sabedoria do céu. Como todas as tempestades, ela deve passar. Quanto mais violenta, mais rápida é a cura Maior o Arco Íris.
As lágrimas teimam em descer com a chuva, como quem lava a alma para dar espaço ao novo.
Hoje, como pedra, tenho medo de dar passos que não estão traçados, mas, apesar dos medos, ao final do dia busco forças para encontrar o melhor da vida, porque o destino será implacável com aqueles que viverem num universo que já acabou.
Hoje, não quero mais ser como a pedra, que se desgasta com o vento, quero ser o próprio vento, que voa livre aos quatro cantos. Sem bagagem, sem prisão, dançando com as folhas, sentindo o silêncio da noite.
Hoje, digo adeus ao silêncio frio que vive dentro de mim.

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